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quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

QUEM SÃO OS 144 MIL?



Orlando G. de Pinho

O assunto 144 mil é daqueles que favorece o interesse especulativo, devido ao pouco que se sabe disso pela Bíblia.
A mulher de Caim também tem sido motivo de indagações e de exploração especulativa.
Esses pontos bíblicos e muitos outros, no entanto, não favorecem a investigação sincera como acontece com as profecias bíblicas, as quais no passado foram muito estudadas e investigadas por diferentes expositores da Palavra de Deus. As divergências havidas nessa oportunidade foram próprias da época que ensejava esses estudos e, também, em alguns casos, a falta de mais esclarecimentos históricos, inclusive datas.
Mas tal não é o caso dos 144 mil. Nisto não há possibilidade de investigação, não há elementos de estudo para análise e conclusões acertadas. Apenas tem-se o pouco que está revelado na Palavra de Deus e nos Testemunhos.
E o que está revelado é o suficiente, dentro dos propósitos de Deus.
Em todas as épocas do cristianismo houve indivíduos de espírito especulativo, cujos intentos revelaram-se à fé cristã e serviram aos interesses perturbadores do maligno.
Falsas ciências, teorias panteístas, ensinos espíritas, fanatismos de todas as espécies, interpretações bíblicas falsas e especulativas, são marcos que pontilharam a progressão do cristianismo, pretendendo embaraçar-lhe o avanço, criar confusão e desviar a atenção de almas sinceras de aspectos mais sérios e importantes da Bíblia.

REPETIÇÃO  DOS  FATOS

"A experiência do passado há de repetir-se. No futuro as superstições de Satanás assumirão novas formas. Erros serão apresentados de maneira agradável e lisonjeira. Falsas teorias revestidas de trajes de luz, apresentar-se-ão ao povo de Deus. Assim procurará Satanás enganar, se possível, até os escolhidos. As mais sedutoras influências serão exercidas; mentes serão hipnotizadas."Testemunhos Seletos, vol. III, pág. 271.
Portanto, faz parte da luta todo esforço tendente a enganar e a exercer influência junto ao povo de Deus.
Nessa linha está a interpretação que os reformistas dão ao assunto 144 mil. E disso eles fazem uma "prova" de portadores da verdade.
A estreiteza de conhecimento teológico que possui a liderança da Igreja da Reforma, a ausência completa de teólogos e de professores formados em cursos superiores de teologia, respondem por essa conduta especulativa. Procedem como qualquer iletrado, com a agravante das intenções e de estarem a serviço de influências que sempre combateram o povo de Deus.
Mas os sinceros que por si mesmos investigam e raciocinam, Deus ampara e não deixa cair na ilusão do erro, seja ele qual for.
Há graves perigos na interpretação errada de textos bíblicos. É mais seguro não saber como interpretar muitos deles (e isto acontece com a grande maioria dos fiéis, pois nem todos têm curso teológico e nem se pode esperar que o venham a ter).
O essencial é saber dar a razão da fé e da esperança que levam a Cristo, e sentir o poder de Deus nos caminho da vida, na fiel obediência aos Seus ensinos.
"Não tinham os primeiros discípulos que enfrentar os ditos dos homens? Não tinham eles que ouvir falsas teorias, e então havendo feito tudo, ficar firmes, dizendo: 'Ninguém pode pôr outro fundamento, além do que já está posto'? I Cor. 3:11."– Testemunhos Seletos, vol. III, pág. 274.
"Vivemos em época de muita luz; mas muitas coisas que se chama luz está abrindo o caminho para a sabedoria e as artimanhas de Satanás. Muitas coisas serão apresentadas que parecerão verdadeiras, e contudo terão que ser ponderadas cuidadosamente, com muita oração; pois podem ser sutis estratagemas do inimigo." – Idem, pág. 268.

"CADA  UM,  PORÉM,  POR  SUA  PRÓPRIA  ORDEM"

Antes de chegarmos ao ponto dos 144 mil, precisamos considerar os diferentes aspectos que envolvem as ressurreições apontadas na Bíblia, pois os 144 mil têm relacionamento com isso.
Assim, analisemos o assunto ressurreição.

1 – Cristo Como Primícias.

"Mas de fato Cristo ressuscitou dentre os mortos, sendo Ele as primícias dos que dormem... Cada um, porém, por sua própria ordem: Cristo, as primícias; depois os que são de Cristo, na Sua vinda." – I Cor. 15:20 e 23.
É muito significativa a expressão usada por S. Paulo nos versos acima e que serve de tópico desta parte: "Cada um, porém, por sua própria ordem."
"Cada um", dá sentido individual.
"Ordem" – Vem do grego TAGMA, palavra esta que "não acorre em outra parte do Novo Testamento. A palavra foi originalmente um termo militar, e exprime a idéia de uma série de categorias, tais como são sugeridas neste verso." – Seventh-day Adventist Bible Commentary, vol. 6, pág. 805.
É lógico, portanto, que a ressurreição dos justos obedeceria a uma cerro ordem, por categorias, consoante os planos de Deus. E é bom pensarmos nisso para aquilatar quão grande será o número dos salvos, daqueles que morreram justificados pela fé, tanto nos tempos do Velho Testamento (ou melhor dito, desde Adão), como na dispensação cristã.
Então, há  ressurreições escalonadas. Vejamos.

2 – Primícias dos Que Dormem.

"Abriram-se os sepulcros e muitos corpos dos santos, que dormiam, ressuscitaram; e saindo dos sepulcros depois da ressurreição de Jesus, entraram na cidade santa e apareceram a muitos." S. Mateus 27:52, 53.
A imã White assim se refere a este grupo ressuscitado:
"Ao ascender Cristo, enquanto abençoa Seus discípulos, uma hoste de anjos O rodeia como uma nuvem. Cristo leva consigo a multidão de cativos. Ele mesmo levará ao Pai as primícias dos que dormiam, como prova de que é vencedor da morte e da sepultura." – Mensagens Escolhidas, Livro 1, pág. 306.
E aí temos, nessa "multidão de cativos" que Jesus levou consigo, o que podíamos chamar de primeiro escalão dos remidos. Mas não passem por alto a expressão da irmã White: MULTIDÃO de cativos, portanto não foram umas poucas dezenas de fiéis que ressuscitaram nessa ocasião, como muitos pensam.

3 – Uma Ressurreição Especial.

"Muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para a vida eterna, outros para vergonha e horror eterno." Daniel, 12:2.
Nesse texto está predita a ressurreição especial que se dará pouco antes da segunda vinda de Cristo. No que se refere aos justos que ressurgirão nessa oportunidade, a irmã White diz o seguinte:
"Todos os que morreram na fé da mensagem do terceiro anjo saem do túmulo glorificados para ouvirem o concerto de paz, estabelecido por Deus com os que guardaram a Sua lei. " – Grande Conflito, pág. 637. (Grifo Nosso)
Chamamos a atenção para as palavras que sublinhamos. Notem que nesta ressurreição deverão estar todos os que morreram na fé da mensagem do terceiro anjo. Não importa a data em que esta mensagem começou a ser proclamada. A referência de valor é que os ressuscitados são aqueles que morreram crendo nessa mensagem.
Este grupo de ressuscitados compreende, portanto, o segundo escalão na ordem das ressurreições. Esta será uma outra grande multidão!

4 – A Grande Ressurreição.

"Não vos maravilheis disto, porque vem a hora em que todos os que se acham nos túmulos ouvirão a Sua voz e sairão: os que tiverem feito o bem, para a ressurreição da vida..." João 5:28, 29.
"Bem-aventurado e santo é aquele que tem parte na primeira ressurreição." Apoc, 20:6.
Este será então, diríamos para ilustrar, o terceiro e último escalão dos ressuscitados. Esta ressurreição, chamada a primeira (para contrastar com a segunda, dos ímpios, que virá após o milênio e será a da condenação, do juízo e castigo eterno), trará à vida todos os mortos justos, que serão transformados e viverão para sempre.
Desta grande ressurreição a irmã White diz o seguinte:
"Então a trombeta de prata de Jesus soou, ao descer Ele sobre a nuvem, envolto em labaredas de fogo. Olhou para as sepulturas dos santos que dormiam, ergueu então os olhos e mãos ao céu, e exclamou: "Despertai! despertai! despertai, vós que dormis no pó, e levantai-vos!" Houve um forte terremoto. As sepulturas se abriram, e os mortos saíram revestidos de imortalidade. " – Primeiros Escritos, pág. 16.

Os Justos Vivos

Naturalmente que haverá justos vivos quando Jesus vier.
Ao mesmo tempo que os justos morros ressurgem, na ressurreição geral, os justos vivos serão transformados.
"Num momento, num abrir e fechar de olhos, ao ressoar da última trombeta. A trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados." I Cor. 15:52.
"O corruptível será revestido de incorruptibilidade, e o corpo mortal se revestirá de imortalidade." Verso 53.
Com este ato de transformação dos justos vivos, estará viva, pela primeira vez, toda a família dos remidos, os filhos de Deus que ainda estavam na Terra aguardando a redenção, a grande maioria, desde Adão, no pó da terra.
Eram eles, então:
1 – Os que vieram da ressurreição especial.
2 – Os que vieram da ressurreição geral, salvos de todos os séculos.
3 – Os vivos que foram transformados.
Então, se dá a ascensão. "... Seremos arrebatados juntamente..." I Tess. 4:17.

A Grande Multidão dos Salvos

A grande multidão dos salvos, formada após a ascensão, foi vista por João, o discípulo amado. Deus deu-lhe essa visão do futuro, para conforto e consolação das gerações futuras dos fiéis filhos de Deus.
Desse momento e do que mais nos interessa aqui neste trabalho, João relatou o seguinte:
"Depois destas coisas vi, e eis grande multidão que ninguém podia enumerar, de todas as nações, tribos, povos e línguas, em pé, diante do trono e diante do Cordeiro, vestidos de vestiduras brancas, com palmas nas mãos." Apoc. 7:9.
Era toda a família de Adão que João via por antecipação; dos que aceitaram o plano de salvação na pessoa do Senhor Jesus Cristo. Eram os resgatados do Senhor. Ali estava a resposta à ordem que o Senhor dera: "Ide ... fazei discípulos de todas as nações." Mateus, 28:19.
Era uma "multidão que ninguém podia contar" de tão numerosa que era. Segundo dados fornecidos pelas Nações Unidas, a população total do mundo atualmente é de 6,97 bilhões e ainda há muito lugar vazio.
Na parábola da grande ceia (Lucas 14:23) o Senhor ordenou uma nova saída à procura de convidados para a ceia (com tudo já preparado), advertindo, nesta última oportunidade, que a insistência era "para que fique cheia a minha casa". Naturalmente que não se pode tomar o ensino ilustrativo das parábolas em sentido literal; porém, não se deve olvidar a essência do seu propósito e do quanto se pode aprender nas entrelinhas dos paralelismos.
A verdade é que como, aliás, ensina a parábola, Deus fez reiterados convites, deu amplas oportunidade (e continua a dar), mas as negativas e procrastinações também foram muitas.
Os reiterados convites para a ceia, denotam que o Senhor tem planos para os quais precisa de certo número de convivas. A recusa de um ou a desistência de alguém, logo abre vaga para mais um, uma nova oportunidade que se abre nos caminhos da vida, nessa luta de salvar os perdidos, para a recomposição do reino de Deus, sua reintegração e posse definitiva, graças ao amorável plano de salvação do nosso Deus. Quem recusar ou desistir, não provará a ceia. (v. 24).
"Porque assim diz o Senhor que criou os céus, o único Deus, que formou a terra, que a fez e a estabeleceu: Que não a fez para ser um caos, mas para ser habitada: Eu sou o Senhor e não há outro." Isaías 45:18.
A Terra não foi criada em vão. O original propósito de Deus, de que fosse habitada por seres santos e justos, foi postergado pela intromissão do pecado mas não anulado. Ele será cumprido pelo plano de salvação.
Logo, o número de salvos não poderá ser tão minguado como o imaginam muitos. Um número pequeno de salvos não mereceria de João a exclamação de "grande multidão que ninguém podia enumerar."
Alguns pretendem ser esta multidão uma referência aos 144 mil mencionados no mesmo capítulo, mas a Igreja Adventista do Sétimo Dia favorece a interpretação de ser esta grande multidão um grupo à parte dos 144 mil, pois ambos os grupos têm referências que os tornam distintos.

CURIOSAS  REFERÊNCIAS  DA  IRMà WHITE

Em visão que o Senhor concedeu à irmã White, com respeito à Santa Cidade, entre outras coisas, ela disse o seguinte:
1 – "Todos nós fomos debaixo da árvore, e sentamo-nos para contemplar o encanto daquele lugar, quando os irmãos Fitch e Stockman, que tinham pregado o evangelho do reino, e a quem Deus depusera na sepultura para os salvar, se achegaram a nós ..." – Primeiros Escritos, pág. 17.
2 – Após a descida da Santa Cidade, ela relata o que viu fora da cidade, após a terra restaurada.
"No trajeto encontramos uma multidão... Notei a cor vermelha na borda de suas vestes... Quando os saudamos, perguntei a Jesus quem eram eles. Disse que eram mártires que por Ele haviam sido mortos. Com eles estava uma inumerável multidão de crianças que tinham também uma orla vermelha em suas vestes." – Idem, pág. 18, 19.
3 – Por ocasião da ascensão, no trabalho dos anjos de juntar os escolhidos, ela viu o seguinte:
a)     "Criancinhas são levadas pelos santos anjos aos braços de suas mães. " – O Grande Conflito, pág. 645.
b)    "Muitos dos pequeninos, porém, não terão mãe ali. Em vão nos pomos à escuta do arrebatador cântico de triunfo por parte da mãe. Os anjos acolherão os pequeninos sem mãe e os conduzirão para junto da árvore da vida." – Mensagens Escolhidas, Livro 2, pág. 260.
4 – A irmã White dirigiu as seguintes palavras a um esposo e filhos, por motivo da perda da esposa e mãe:
"Vi que ela estava selada, e à voz de Deus ressurgirá e se erguerá sobre a terra, e estaria com os 144 mil." – Idem, pág. 263.
As referências feitas nestes quatro itens são muito significativas no sentido de esclarecer a diferença que há nos dois grupos: A Grande Multidão dos Ressurgidos e os 144 Mil.
Pelas descrição bíblica e a dos Testemunhos, acima mencionadas, nenhuma das pessoas e grupos referidos pertencem aos 144 mil. Todas são dos grupos que ressuscitarão, e os 144 mil não passarão pela morte.
Outro detalhe, com respeito ao mártires que ela viu, disse ela ser "uma multidão". Mártires ressuscitados! Multidão!
E não fica só nisso: junto com os mártires ela viu "uma inumerável multidão de crianças".
E que diremos das outras crianças que não terão mãe ali?
Quantos milhões de salvos representam todas essas multidões?

E  OS  144 MIL,  QUEM  SÃO  ELES?

1 – "Não danifiqueis nem a terra, nem o mar, nem as árvores, até selarmos em suas frontes os servos do nosso Deus. Então ouvi o número dos que foram selados, que era cento e quarenta e quatro mil, de todas as tribos dos filhos de Israel." Apoc. 7:3, 4.
"Viram a Terra devastada pela fome e pestilência, o Sol com poder para abrasar os homens com grandes calores, e eles próprios suportaram o sofrimento, a fome e a sede." – O Grande Conflito, pág. 649.
Tanto o texto bíblico como a citação da irmã White, acima mencionados, dão esclarecimentos que pelo menos não permitem divagações laterais, que se explore o que não está revelado.
É evidente que eles viveram no período das pragas, nos momentos finais da história humana, tanto que foi ordenado aos anjos que não danificassem a terra sem antes os 144 mil serem assinalados. E a irmã White confirma que eles presenciaram os horrores dos últimos dias, e eles próprios "suportaram o sofrimento, a fome e a sede".
Diz mais: "Passaram pelo tempo de angústia tal como nunca houve desde que houve nação; suportaram a aflição do tempo da angústia de Jacó; permaneceram sem intercessor durante o derramamento final dos juízos de Deus. " – O Grande Conflito, pág. 649.
Deus operará muitos milagres a favor dos justos vivos, no período das pragas, porém sua natureza física não sofrerá alteração, por isso sentirão a "angústia de Jacó", suportarão "sofrimento, fome e sede".
Que esse grupo dos 144.000 é um grupo especial, separado por Deus, é evidente. Serão os únicos, repetimos, que não e experimentarão a morte. É muito expressivo este testemunho da irmã White:
"Então a trombeta de prata de Jesus soou, ao descer Ele sobre a nuvem, envolto em labaredas de fogo. Olhou para as sepulturas dos santos que dormiam, ergueu então os olhos e mãos ao céu, e exclamou: 'Despertai! despertai! despertai, vós que dormis no pó, e levantai-vos!' Houve um forte terremoto. As sepulturas se abriram, e os mortos saíram revestidos de imortalidade. Os 144.000 clamaram "Aleluia!", quando reconheceram os amigos que deles tinham sido separados pela morte, e no mesmo instante fomos transformados e arrebatados juntamente com eles para encontrar o Senhor nos ares." – Primeiros Escritos, pág. 16. (Grifo nosso)
O terem os 144.000 clamado aleluia "quando reconheceram os amigos" que ressuscitaram na ressurreição geral, é uma expressão da irmã White que dá o que pensar. É um detalhe a mais, dentre outros, que cercam os 144.000 e o que com eles se relaciona, que dá margem a divagações, conjeturas e suposições. E nisto reside o perigo de pretender explicar o que não está revelado.
E com que proveito? No caso dos reformistas, eles têm interesse nos 144.000 por uma questão de diferenciação; e também porque o número lhes interessa, por serem eles poucos e a justaposição lhes favorece. É uma questão de puro interesse particularista; mas que não tem base teológica alguma.
Assim, é recomendável que não se pense no número 144.000 em si, em quem são eles, quem comporá esse número, etc.; mas sim em suas qualificações como fiéis filhos de Deus dos últimos momentos de existência da história da Terra. Eles foram aprovados por Deus porque neles não se achou engano e não tinham mácula. Ficaram fiéis até o último instante de provas e não cederam. Eram espiritualmente muito fortes.
Essas características devem ser buscadas por todos os fiéis filhos de Deus. O viver o presente em função do futuro proposto por Deus, é preferível a cogitar do futuro não revelado.
2 – "Olhei, e eis o Cordeiro em pé sobre o monte Sião, e com Ele cento e quarenta e quatro mil tendo nas frontes escrito o seu nome e o nome de Seu Pai... São eles os seguidores do Cordeiro por onde quer que vá. São os que foram redimidos dentre os homens, primícias para Deus e para o Cordeiro." Apoc. 14:1 e 4. (Grifo Nosso)
O terem sido "redimidos dentre os homens" sugere que pensemos na tenacidade dos esforços do diabo para liquidar o povo remanescente. A morte foi sempre a arma do diabo; agora, no final da luta, restava-lhe apenas esta última satisfação: a de ter levado ao túmulo todos que aceitaram a Cristo. Mas o Senhor batalhou pelos que eram Seus e não permitiu que tal acontecesse. Por isso, é o que se deduz, este grupo dos 144 mil teve a distinção de ser separado para andar com o Senhor por onde quer que Ele vá, pois eram os únicos seres humanos que não morreram. Eram a expressão máxima da vitória da Cruz.
Nunca ninguém teve experiência semelhante" a deles. Nunca a terra passara por situação igual à dos últimos dias da história deste mundo.
"Seguem o Cordeiro". Isto os aponta para algum especial privilégio concedido por Deus, mas não revelado. A irmã White diz:
"A visão do profeta representa-os como estando sobre o monte de Sião, cingidos para santo serviço, vestidos de linho branco, que representa a justiça dos santos. " – Atos dos Apóstolos, pág. 591, (Grifo Nosso)
Noutro testemunho a irmã White fala da grande multidão reunida no mar cristalino, diante do trono; enquanto, na mesma ocasião, "com o Cordeiro, sobre o Monte Sião, "tendo harpas de Deus", estão os cento e quarenta e quatro mil que foram remidos dentre os homens" – O Grande Conflito, pág. 648.
São "primícias". Logo, são uma parcela separada ou destacada de um conjunto do qual é parte, que são todos os salvos.
A ressurreição de Cristo, Paulo a descreve também como primícias. Disse ele: "Mas de fato Cristo ressuscitou dentre os mortos, sendo Ele as primícias dos que dormem." I Cor. 15:20.
E foi com esse objetivo e nessa qualidade que Cristo ascendeu ao Céu imediatamente após a ressurreição, antes de aparecer aos discípulos. Nas festas típicas do povo hebreu isso estava simbolizado pelo molho movido, que era uma parte da celebração dos dias dos pães asmos e em relação com a festa da Páscoa. A apresentação desse molho (os primeiros frutos da colheita da cevada) tinha lugar "ao seguinte dia do sábado", o dia dezesseis de Abid. Lev. 23:11.
"Cristo foi as primícias dos que dormem. Foi para glória de Deus que o Príncipe da vida fosse as primícias, o antítipo do molho movido." – Mensagens Escolhidas, Livro I, pág. 305. Depois, "ao ascender Cristo" Ele mesmo levou "ao Pai as primícias dos que dormem, como prova de que é vencedor da morte e da sepultura." – Idem, pág. 306.
A grande colheita, a ressurreição dos justos viria depois, por ocasião do segundo advento de Cristo. E notem que Cristo ascendeu como Primícias dos que dormiam. Desde Adão, os que morreram na esperança das promessas de Deus, ressurgirão. Assim, a ressurreição de Cristo é penhor da ressurreição dos que morreram antes da Sua primeira vinda e dos que morressem antes da segunda vinda.

Conclusão.

Não é difícil concluir, depois do que acima está exposto, de que a "doutrina" da Reforma sobre os 144 mil não tem base bíblica, nem é apoiada pelos Testemunhos. Não tem base em estudo algum. Simplesmente é uma teoria, talvez para dar cobertura ao seu reduzido número de membros, sem possibilidades de expandir-se.
O assunto 144 mil não é ponto de doutrina, nem de fé e nem de salvação na Igreja Adventista do Sétimo Dia; e não há motivo para tê-la como tal.
"Cristo não reteve nenhuma verdade essencial à nossa salvação." – Mensagens Escolhidas, Livro I, pág. 173. E o estudo dos 144 mil não é tema da salvação.
"Cristo diz que haverá na igreja pessoas que apresentarão fábulas e suposições, quando Deus deu verdades grandes, inspiradoras e de molde a enobrecer, as quais devem ser sempre conservadas no tesouro da memória." – Idem, pág. 174.
Não é fácil a quem viveu anos crendo numa filosofia religiosa, deixá-la de momento, ainda mais quando aprendem, também, laços de companheirismo e amizades.
Esses liames são muito fortes quando se os têm na conta de valores a considerar.
São raras as pessoas que não tenham esse tipo de luta quando a verdade lhes chega à porta do coração e lhes vai à consciência.
A conversão é uma reformulação mental; é um arejamento produzido pelo Espírito Santo e que conduz à decisão.
O deixar a religião do pai e da mãe é o laço mais forte a romper; e é feito aos milhares, por amor a Cristo.
É uma questão de compreensão, de avaliação de valores.
No que se refere às igrejas das Reformas, sua existência não tem sentido, a não ser como uma contribuição ao confuso ambiente religioso denominacional, por demais proliferado com tantos ramos.
Fora disto, nada mais. A Igreja Adventista do Sétimo Dia é o povo de Deus remanescente e nenhuma outra vai tomar-lhe este lugar. Não há nenhuma indicação profética que o sugira.
Portanto, irmão reformista, segue o exemplo de tantos homens de Deus: rompe os aguilhões que o prendem a um desses arraiais reformistas, enquanto é tempo. 

Do Livro Uma Luz que Alumia

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